domingo, 14 de novembro de 2010

Endometriose


Endometriose é uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e que consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. Endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação.

ONDE SE LOCALIZA ?

Os locais mais comuns da endometriose são: Fundo de Saco de Douglas (atrás do útero), septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto), trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga, e parede da pélvis.

PRINCIPAIS SINTOMAS

O principal sintoma da endometriose é a dor, as vezes muito forte, na época da menstruação. Dores para ter relações também são comuns. Mas muitas mulheres que tem endometriose não sentem nada. Apenas tem dificuldade em engravidar. Por outro lado ter endometriose não é sinônimo de infertilidade, muitas mulheres com endometriose engravidam normalmente. 30 a 40 % das mulheres que tem endometriose tem dificuldade em engravidar.

CAUSAS ?

Há diversas teorias sobre as causas da endometriose. Há evidências que sugerem ser uma doença genética. Outras sugerem ser uma doença do sistema de defesa. Na realidade sabe-se que as células do endométrio podem ser encontradas no líquido peritoneal em volta do útero em grande parte das mulheres. No entanto apenas algumas mulheres desenvolvem a doença. Estima-se que 6 a 7 % das mulheres tenham endometriose.

GRAUS DA DOENÇA:

Para finalidades didáticas a endometriose foi classificada em graus de I a IV. Na prática verificou-se que estes graus não refletem obrigatoriamente a gravidade da doença ou suas chances de tratamento. Muitas vezes uma endometriose grau I é pior, em termos de fertilidade e sintomas, que uma de grau IV.

DIAGNÓSTICO:

O diagnóstico de suspeita da endometriose é feito através da história clínica, ultra-som endovaginal na época da menstruação, exame ginecológico. A certeza, porém, só pode ser dada através do exame anatomo patológico da lesão, ou biópsia. Esta pode ser feita através de cirurgia, laparotomia, ou, preferível, laparoscopia. Laparoscopia é um procedimento de exame e manipulaçãoda cavidade abdominal através de instrumentos de ótica e/ou vídeo bem como de instrumentos cirúrgicos delicados que são introduzidos através de pequenos orifícios no abdomem. É um procedimento cirúrgico realizado geralmente com anestesia geral.

TRATAMENTO:

Atualmente não há cura para a endometriose. No entanto a dor e os sintomas dessa doença podem ser diminuídos.

As principais metas do tratamento são:

Aliviar ou reduzir a dor.

Diminuir o tamanho dos implantes.

Reverter ou limitar a progressão da doença.

Preservar ou restaurar a fertilidade.

Evitar ou adiar a recorrência da doença.

O tratamento cirúrgico pode ser feito com laparotomia ou laparoscopia. Os implantes de endometriose são destruídos por coagulação à laser, vaporização de alta freqüência, ou bisturi elétrico. A decisão cirúrgica é importante. A maior parte dos sucessos terapêuticos ocorrem após uma primeira cirurgia bem planejada. Cirurgias repetidas são desaconselhadas pois aumentam a chance de aderências peritoneais tão prejudiciais como a própria doença.

O tratamento clínico de formas brandas em mulheres que não pretendem engravidar pode ser feito com anticoncepcionais orais. Há um certo consenso entre os estudiosos que o pior a fazer é não fazer nada já que a doença é evolutiva.

Em mulheres que pretendem engravidar o tratamento pode ser feito com cirurgia e tratamento hormonal ou tratamento hormonal e depois cirurgia.

Varias drogas tem sido usadas Danazol, Lupron, Synarel, Zoladex, depot-Provera, Norplant e Neo-Decapeptil.

O mais importante no tratamento da endometriose é o planejamento das ações terapêuticas em comum acordo com o planejamento da gravidez pelo casal.

Em casos muito severos a gravidez só será possível através de técnicas de fertilização assistida e inseminação artificial.

A informação fornecida neste artigo é oferecida como um serviço à comunidade a respeito de cuidados com a saúde e não pode ser substituída por uma avaliação cuidadosa por parte do seu médico de confiança. Estas informações são baseadas em pesquisas feitas pelo autor e representam sua interpretação da literatura.

A Osteoporose



A osteoporose é a diminuição da massa óssea. Apesar do osso ser um tecido vivo que se renova permanentemente durante toda a vida, se a pessoa tiver pouca atividade física ou ingerir pouco cálcio durante as primeiras décadas de sua vida, tem o risco de desenvolver osteoporose aumentado.

Durante as primeiras décadas de vida, predomina a formação óssea e por último a atividade de reabsorção óssea, de tal forma que a massa óssea começa a declinar vagarosamente a partir dos cinqüenta anos de idade para a maioria das pessoas.

Com o passar dos anos, todos os ossos do nosso corpo são totalmente renovados e o cálcio é fundamental para o crescimento dos ossos e dentes,. Todos os dias o nosso organismo recebe cálcio dos alimentos ingeridos e perde cálcio através da urina.

Se sai mais cálcio do que entra, o organismo retira cálcio dos ossos, para poder manter o nível de cálcio circulando no sangue. Com a diminuição da massa óssea, mesmo em níveis que podem ser caracterizados como osteoporose, nem sempre acarreta problemas ou limita as atividades da pessoa. A osteoporose quase nunca dói, e quando acontece de doeré porque houve fratura ou uma patologia associada chamada de síndrome dolorosa miofascial ou a osteoartrose, comuns na idade mais avançada.

Uma das conseqüências do envelhecimento é a perda gradual da massa óssea, que se torna mais frágil e as vezes diminui de tamanho. Por isso que algumas pessoas, quando se tornam idosas, diminuem de tamanho.

A osteoporose somente passa a preocupar quando começam os riscos de fraturas. As mais comuns são as fraturas de punho, úmero (osso do braço que vai do ombro ao cotovelo), vértebras, costelas e, principalmente, a do colo do fêmur (osso único da coxa).

As fraturas acabam complicando a saúde do idoso, metade das pessoas com fraturas de fêmur passam a ter limitações e até mesmo dificuldade de locomoção. Cerca de 40% dessas pessoas apresentam complicações circulatórias, troboembólicas, infecções respiratórias e desencadeamento do diabetes, que podem resultar na morte.

A falta de prevenção da ostoporose deverá resultar em algum tipo de fratura para metade das mulheres ao redor dos 70 anos e para duas em cadatrês mulheres aos 80 anos de idade. As medidas preventivas compreendem a ingestão de quantidade adequada de cálcio, o exercício físico, a correção do hipoestrogenismo e o controle dos fatores que favorecem as fraturas.

Os Fatores de Risco para a Osteoporose.

Os fatores de risco são:

1. história familiar de fratura;

2. fumo;

3. mais de duas doses de bebida alcoólica por dia;

4. baixo peso e baixa estatura com ossatura delicada;

5. sedentarismo;

6. idade avançada;

7. uso contínuo de certos medicamentos como: corticoesteróides, anticonvuldivantes,ou metotrexate;

8. ingestão inadequada de cálcio;

9. ser da raça branca ou asiática.

Existem dois tipos de riscos para o desenvolvimento da osteoporose: o primeiro são aqueles não possíveis de correção e atinge pessoas que tem predisposição genética, como de baixo peso e estatura que têm a ossatura delicada; pertencer à raça branca ou asiática; e ter parentes próximos com o problema. A menopausa também é outro fator de risco não possível de correção.

Porém, existem casos em que se pode corrigir o problema e está diretamente ligado ao estilo de vida, como o fumo e a bebida, a falta de exercíciofísico, a alimentação que pode ser modificada e a terapia de reposição hormonal nas mulheres que têm baixa de estrógeno.

Como Prevenir a Osteoporose.

Quando a mulher se aproxima dos cinqüenta anos a produção de estrógeno diminui e a ovolução é interrompida. Com isso a mulher para de menstruar e algumas sentem dores de cabeça, dores pelo corpo, fadiga, ondas de calor, sudorese, secura vaginal, insônia, alteração do humor e aumenta a incidência de doenças coronarianas. Mas todas as mulheres tem perda de massa óssea em decorrência da queda dos níveis de estrógeno.

Uma das soluções para esses casos é a reposição hormonal, que protege contra as doenças coronarianas, reduz o risco de câncer uterino e é a melhor forma de interromper a perda de massa óssea e prevenir a osteoporose da pós-menopausa. Mulheres que tiveram câncer de seio ou que tenham enxaqueca, diabetes ou asma podem ter problemas com reposição hormonal. Nem sempre a menopausa requer o uso de drogas.

O exame que pode ser feito para medir o nível de perda da massa óssea é chamado de densitometria óssea e é indicado para as pessoas que apresentam pelo menos dois fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Nestes casos, a determinação da massa óssea é importante para auxiliar o tratamento.

Para prevenir a osteoporose é preciso fazer uma prevenção na adolescência principalmente, para as mulheres. A quantidade de massa óssea que conseguimos juntar na adolescência fará com que no envelhecimento tenhamos maior resistência contra fraturas, por isso, é fundamental que a jovem seja orientada para uma dieta rica em cálcio, como também para atividades físicas regulares.

Os exercícios físicos devem ser realizados de forma regular três vezes por semana. O melhor é caminhar, correr dançar, jogar tênis, ou praticar esporte coletivo como futebol, voleibol, basquetebol. Para pessoas mais idosas o indicado é caminhar aproximadamente 40 minutos de preferência todos os dias, respeitando sempre os limites de cada um e o conselho do seu médico.

Outro fator que auxilia no tratamento e na prevenção é a ingestão de alimentos com grandes quantidades de cálcio. Algumas das melhores fontes de cálcio são o leite e seus derivados, porém recomenda-se consumo moderado de laticínios devido a sua grande quantidade de gordura. Deve-se dar preferência aos desnatados que possuem o mesmo teor de cálcio dos integrais. Veja abaixo alguns alimentos e suas quantidadesde cálcio:

Alimento

Porção

Quantidade de cálcio
(mg / porção)

leite integral

1 xícara (200 ml)

246

ou desnatado

1 litro

1.230

queijo tipo minas

1 fatia grossa (30 g)

205

queijo tipo prato

1 fatia grossa (30 g)

252

queijo tipo parmesão

1 colher de sopa (15 g)

171

requeijão

1 colher de sopa (30 g)

169

iogurte

1 copo (200 g)

240

sardinha

1 unidade média (70 g)

281

ostra

1 porção (240 g)

235

couve cozida

3 colheres sopa (36 g)

73

brócolis cozido

3 colheres sopa (36 g)

37

folha de beterraba

3 colheres sopa (36 g)

33

repolho cozido

3 colheres sopa (66 g)

28

espinafre cozido

2 colheres sopa (60 g)

47

cenoura crua

1 unidade grande (90 g)

32

laranja

1 unidade média (150 g)

51

mexerica

1 unidade média (125 g)

37

orégano

10 g

23

feijão branco

20 g

94

tremoço

20 g

42

amendoim

copo

50

castanha de caju

copo

75

avelã

20g

56

amêndoas

20 g

100

semente de gergelim

20 g

82

semente de girassol

20 g

320



Racão humana: por que consumir?



De repente, essa combinação de cereais integrais caiu na boca do povo. Trata-se de um suplemento que, apesar de ser muito procurado para afinar a cintura, não foi criado com esse propósito. Veja como e quando apostar na novidade

Há cinco anos, a terapeuta natural Lica Takagui, de Curitiba, no Paraná, elaborou uma mistura de alimentos nobres, como o trigo, a linhaça, a aveia e a quinua, para assegurar sua saúde e a do seu filho, que estava a caminho. Com supervisão do nutricionista Daniel Boarim, também curitibano, criou a ração humana, hoje principal produto comercializado pela empresa que ela fundou, a Takinutri. A demanda pelo suplemento não parou de crescer: entre janeiro e dezembro de 2009, as vendas subiram de 2 mil unidades ao mês para 20 mil. Hoje, a marca possui mil pontos de venda espalhados pelo país. Já é possível comprar uma versão light, com ingredientes modificados para a dieta de gestantes e diabéticos. Sem falar nas dezenas de adaptações encontradas em feiras e lojas de produtos naturais. Uma busca rápida na internet entrega que o principal foco de quem investe na tal ração é perder peso. “Ela possui uma densidade calórica baixa e promove sensação de saciedade”, confirma Boarim. “No entanto, deve ser usada para melhorar a saúde de um modo geral”, acredita. A mistura é rica em zinco, selênio, vitaminas do complexo B e, principalmente, fibras. “Essa é uma grande vantagem, já que a maioria das pessoas não alcança a quantidade recomendada da substância, que é de 25 gramas diários”, observa Glaucia Pastore, diretora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo.

Se levarmos em conta sua composição química, pode-se deduzir que a ração humana melhora o funcionamento do intestino, reduz os níveis de colesterol no sangue e dá uma dose extra de energia, ajudando a proteger o corpo de uma série de doenças. Esses efeitos ainda não foram cientificamente avaliados. Mas já tem gente interessada em pesquisá- los no laboratório. “Pretendemos fazer uma parceria com a Takinutri para investigar a ração humana em testes clínicos”, conta Glaucia, da Unicamp.

Segundo Lica Takagui, consumir 2 colheres de sopa da farinha diariamente, o equivalente a 80 calorias, é a medida ideal para aproveitar seus atributos. Os donos da fórmula garantem que seu prazo de validade é de até dois anos em embalagem lacrada — depois de abrir, o período cai para aproximadamente dois meses. No entanto, é importante saber que as versões caseiras ou compradas em saquinho duram muito menos. Se você optar por triturar os ingredientes em casa, prefira consumir na hora ou considere um prazo de 15 dias, mesmo guardando na geladeira.

Para emagrecer, Lica sugere bater a mistura com um suco de frutas e tomar no café da manhã. Mas os especialistas concordam que o ideal é não incluir a ração na dieta por conta própria. “O problema é justamente o uso indiscriminado, sem orientação de um profissional”, pondera a nutricionista Silvia Papini, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, no interior do estado. Há dois motivos para essa preocupação: as peculiaridades e os objetivos de cada um, além do fato de existirem diversas receitas, com ingredientes bem variados.

Na verdade, não há contraindicações para pessoas saudáveis — a não ser uma baita dor de barriga caso ultrapasse a quantidade sugerida. “Quem tem histórico de problemas no intestino ou acabou de passar por uma cirurgia, no entanto, deve tomar cuidado”, alerta a nutricionista funcional Daniela Jobst, de São Paulo. Sem a devida prescrição, o pó de cereais pode, inclusive, engordar. “Não dá para acrescentá-lo à alimentação sem fazer adaptações”, acredita Daniela. E aí entram em cena escolhas que você já conhece: frutas, hortaliças, carnes magras...

As substâncias que mais se destacam na combinação de cereais integrais são as fibras. Para que elas façam efeito de verdade, não se esqueça de tomar água durante o dia. Caso contrário, a ração humana pode provocar até uma constipação

SAÚDE REPRODUTIVA


A infertilidade afeta aproximadamente 1 em cada 5 casais. As causas da infertilidade podem estar ligadas a problemas masculinos (40%), femininos (40%) ou a uma combinação de ambos (15%), nos outros 5% dos casos não há causas aparentes para o problema. De qualquer modo, antes dar início ao tratamento são necessários alguns exames básicos.

Neste canal você vai encontrar muita informação sobre as causas da infertilidade e artigos que vão lhe ajudar a aumentar o seu conhecimento sobre os mistérios da Reprodução Humana.

Este canal é coordenado pela Profª Drª Maria Cristina Santoro Biazotti, especialista em Medicina Reprodutiva, com formação na Clinique Saint-Antoine, serviço do Prof. Dr. PATRICK BASTIT, Rouen, França e Maternité Port-Royal, Paris, França. Mestrado e Doutorado na UNICAMP

Informações gerais sobre infertilidade

1. O que é infertilidade?

Infertilidade, masculina ou feminina, pode ser definida como a inabilidade de um casal alcançar a concepção ou trazer uma gravidez à termo depois de um ano ou mais de relação sexual regular, desprotegida.

2. Qual a incidência da infertilidade?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente 8-10% dos casais têm algum problema de infertilidade. Na balança mundial, isto significa que 50-80 milhões de pessoas sofrem de infertilidade. Porém, a incidência de infertilidade pode variar de região para região. A porcentagem de casais inférteis aumenta de acordo com a idade do casal, principalmente da mulher.

3. Infertilidade é um problema exclusivamente feminino?

Não. A incidência de infertilidade em homens e mulheres é quase idêntica. Infertilidade é um problema da mulher em 30-40% dos casos e do homem em 40% dos casos. Problemas comum a ambos são diagnosticados em 15-30% dos casais inférteis. Após investigações clínicas completas, as causas podem permanecer inexplicadas em uma minoria de casais inférteis (5-10%).

4. Como diagnosticar um casal infértil?

Pode ser usada uma variedade de procedimentos para diagnosticar as causas da infertilidade em um casal; estes procedimentos variam de simples testes sangüíneos a exames mais sofisticados. Em todo caso, o diagnóstico é um passo crucial para determinar o caminho terapêutico que deverá ser seguido. Além da própria causa, outros fatores, como a idade da mulher, ou problemas compartilhados por ambos parceiros, podem influenciar na escolha de tratamento.

5. Quais são as causas mais comuns de infertilidade?

As causas mais comuns de infertilidade feminina são as desordens ovulatórias e anormalidades anatômicas como obstrução das trompas de Falópio. Causas menos freqüentes incluem, por exemplo, endometriose e hiperprolactinemia.

Causas de infertilidade masculina são: distúrbios na produção de espermatozóides; obstruções anatômicas e desordens imunológicas. Em um grande número de casos, a infertilidade masculina acontece devido a uma produção inadequada de espermatozóides.

6. Cistos no ovário podem acarretar um distúrbio na ovulação?

Sim, podem. A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) que consiste em uma desordem na ovulação afeta 4-6% de todas as mulheres. As principais características desta Síndrome são: ciclo menstrual irregular ou ausente; hirsutismo (aumento de pêlos) e acne, devido a níveis altos de hormônios masculinos; obesidade e ovários aumentados, com grande quantidade de cistos. Mulheres com SOP normalmente são inférteis devido ao distúrbio ovulatório. Regularizar o ciclo menstrual com tratamentos, aumenta as possibilidades de gravidez. Para tanto, várias drogas poderão ser usadas (citrato de clomipheno, bromocriptina, gonadotrofinas). A perda de peso é fortemente aconselhada. Em muitos casos o ciclo ovulatório será regularizado após estes tratamentos. Além disso, alguns estudos têm demonstrado que a punção dos cistos ou eletrocoagulação dos ovários policísticos, por via laparoscópica, poderá determinar a regularidade do ciclo menstrual.

7. O que é laparoscopia?

O laparoscópio permite a visualização dos órgãos pélvicos através de pequena incisão umbilical. A vídeo-laparoscopia pode ser diagnóstica ou cirúrgica. A laparoscopia cirúrgica é de grande importância no tratamento da infertilidade permitindo a cauterização de focos de endometriose; lise de aderências pélvicas; desobstrução tubária; exérese ou punção de cistos ovarianos e tratamento de outras patologias pélvicas que levam à infertilidade. Esta técnica é ainda de grande valia no tratamento da gravidez ectópica (gravidez extra-uterina), proporcionando um resultado eficiente e rápida recuperação pós operatória.

8. O que é histeroscopia?

A histeroscopia consiste na visualização da cavidade uterina com o auxílio de um histeroscópio. A histeroscopia cirúrgica está indicada no tratamento de lesões da cavidade uterina tais como: pólipos endometriais; miomas submucosos; sinéquia uterina; septos uterinos; restos embrionários (abortamento anterior incompleto) e outras patologias que podem levar a infertilidade. É um procedimento cirúrgico não agressivo e de rápida recuperação pós-operatória.

9. O que danifica as trompas de Falópio?

No princípio, a Fertilização in vitro (FIV) foi desenvolvida para pacientes inférteis devido a obstrução das trompas de Falópio. Posteriormente esta técnica foi indicada também nos casos de infertilidade inexplicada e masculina. Ainda hoje a obstrução das trompas é a principal responsável por um grande número das técnicas de FIV. A principal causa da obstrução tubária é a infecção abdominal. A obstrução das trompas ocorre principalmente devido a doenças sexualmente transmissíveis (por exemplo: Chlamydia ou Gonorréia); Apêndice supurado ou Doença Inflamatória Pélvica (DIP). Outros fatores desencadeantes são: cirurgias abdominais (ginecológicas, cesariana, laqueadura, etc.) e doenças internas como a doença de Crohn.

As pacientes com patologia tubária são geralmente inférteis e apresentam grande risco de gravidez na trompa (ectópica ou gravidez tubária).

10. Fortes cólicas menstruais têm relação com a infertilidade?

Existe uma forte suspeita da presença de Endometriose em pacientes que apresentarem cólicas menstruais de intensidade progressiva. A Endometriose é uma doença patologicamente benigna caracterizada pela presença de tecido próprio da cavidade uterina (endométrio) implantado na cavidade pélvica (implantes endometriais ectópicos). Estes implantes estão geralmente associados a uma reação inflamatória, podendo levar à formação de aderências pélvicas e distorções anatômicas. Dismenorréia (cólica menstrual), dispareunia (dor durante o coito) e infertilidade estão freqüentemente associadas à endometriose. O diagnóstico requer visualização direta, através da vídeo-laparoscopia, com posterior avaliação anatomo-patológica. Segundo o grau de acometimento, pode ser classificada por estágios (mínima, leve, moderada, severa). O tratamento inclui destruição cirúrgica do tecido comprometido e/ou supressão hormonal. Quanto mais avançado o estágio da endometriose menor é a taxa de fertilização.

11. Que opções de tratamento têm casais inférteis?

É baseando-se no fator ou fatores desencadeantes da infertilidade do casal que serão oferecidas as opções de tratamento. A maioria das mulheres tratadas com a administração de drogas como citrato de clomifeno, bromocriptina ou gonadotrofinas tem resposta satisfatória a estes tratamentos. A vídeo-laparoscopia ou vídeo-histeroscopia também pode ser um meio para reparar danos nos órgãos reprodutores, como aqueles causados pela endometriose ou doenças infecciosas. Opções de tratamento para infertilidade masculina também dependem do diagnóstico. O homem pode ser tratado com a administração de drogas ou cirurgias apropriadas. Em alguns casos (raros espermatozóides), é necessário a ajuda da tecnologia através da injeção intracitoplasmática do espermatozóide (ICSI).

12. Infertilidade depois dos 40

A fertilidade diminui com idade. A mulher com idade inferior a trinta e cinco anos têm uma chance de 20-25% de gravidez natural, porém, aos quarenta anos a possibilidade diminui para 5%.

Em ciclos de fertilização “in vitro” (FIV), mulheres com idade acima de 35 anos têm duas vezes menos chance de gravidez do que aquelas mais jovens. De fato, a idade é um fator de grande importância para taxas de sucesso em FIV.

A fertilidade diminui com a idade devido à baixa qualidade dos óvulos. Embora não seja possível melhorar a qualidade dos óvulos, pode-se recorrer a técnicas de fertilização “in vitro”. A indução da ovulação poderá proporcionar um maior número de óvulos e por conseqüência maior chance de obtenção de embriões e gravidez. É possível predizer a fertilidade de uma mulher através da dosagem hormonal de FSH (hormônio folículo estimulante) no terceiro dia do ciclo menstrual. É uma maneira de avaliar a reserva ovariana, em outras palavras, avaliar se os óvulos ainda estão sendo produzidos e se estes poderão levar a uma gravidez. Altos níveis de FSH, estão geralmente associados à baixa produção e má qualidade de óvulos. Quando uma mulher envelhece, o FSH aumenta, porém, mulheres mais jovens também podem ter níveis altos de FSH o que caracteriza uma menopausa precoce. Nos casos onde não for possível a obtenção de óvulos após tentativas de indução da ovulação está indicado a utilização de óvulos doados.

13. Quais as taxas de sucesso em tratamentos de infertilidade ?

Quando falamos de taxas de sucesso para qualquer tipo de tratamento de infertilidade, deve-se ter em mente que a chance de concepção para um casal fértil normal, com relação sexual regular desprotegida é, aproximadamente, 25% durante cada ciclo menstrual. Calcula-se que 10% dos casais férteis não concebem dentro do primeiro ano de tentativa.

Considerando-se taxas de fertilidade normais, podem ser esperados tratamentos efetivos, em média, até 25% de taxa de sucesso por ciclo de tratamento, portanto, podem ser necessários repetidos ciclos antes de uma gravidez. A indução da ovulação para compensar desequilíbrios hormonais tem uma taxa de sucesso muito alta. É provável que mais que 80% das mulheres que sofrem de tais desordens concebam depois de alguns ciclos de tratamento com drogas indutoras da ovulação como citrato de clomifeno ou gonadotrofinas.

13. Há fatores particulares que influenciam o sucesso de um tratamento?

Em qualquer tipo de tratamento de infertilidade, fatores importantes devem ser levados em conta quando nos referimos a taxas de sucesso. Certamente, a idade da mulher e o tempo de duração da infertilidade do casal influenciam no sucesso do tratamento. Nas mulheres, a fertilidade diminui com o aumento de idade, principalmente após os 40 anos. As chances de sucesso aumentam se o sêmen tiver alto potencial de fertilização, o que compensaria a baixa fertilidade feminina.

14. Há riscos de saúde para mulheres que se submetem a tratamento de infertilidade?

O uso inadequado de drogas indutoras da ovulação poderá provocar a hiperestimulação ovariana. Na indução de ovulação, que tem a finalidade de estimular o crescimento folicular, as drogas (citrato de clomifeno ou gonadotrofinas) são necessárias e asseguram o tratamento. O uso adequado de protocolos e a monitoração do crescimento folicular através do ultra-som e testes de sangue ajudam o médico a evitar a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (SHO) e minimizar o risco de gravidez múltipla. Sinais desta síndrome podem incluir aumento do volume ovariano, acúmulo de líquido no abdômen e desordem gastrintestinal (náusea, vômito, diarréia). Casos severos de SHO são porém muito raros (1-2% dos casos).

15. Indução de ovulação pode aumentar o risco de câncer ovariano?
Nenhum estudo epidemiológico estabeleceu um vínculo causal entre ovulação promovida por drogas e câncer ovariano.
O Câncer ovariano é uma doença rara; a chance de uma mulher jovem desenvolver uma malignidade ovariana durante a vida é de 1.5%. Vários fatores podem aumentar o risco de câncer ovariano e foram incluídos predisposição genética e hábitos dietéticos. Estudos científicos realizados nas últimas décadas demonstraram que a infertilidade é um fator de risco para câncer ovariano.

Há evidência que cada gravidez reduz o risco de uma mulher desenvolver o câncer ovariano.

16. Quais são os riscos de saúde para as crianças nascidas por tratamento de infertilidade?

O tratamento da infertilidade não provoca riscos de saúde as crianças. A incidência de malformações em crianças nascidas por tratamentos seguidos de indução da ovulação, promovida por drogas, é a mesma que na população normal.

17. Qual a importância do acompanhamento psicológico nos casais inférteis?

O médico poderá ajudar o casal infértil a encontrar o caminho terapêutico mais apropriado para superar as barreiras da concepção, porém além das perícias médicas, os casais inférteis são beneficiados por um apoio psicológico.

Certamente todo casal infértil trará consigo, em meio a um amontoado de exames, vários meses de frustrações e desilusões. Buscam no especialista as respostas e as soluções que certamente virão, mas não serão imediatas. É comum, na primeira consulta, nos depararmos com semblantes sérios e olhares cansados, já sem brilho. No decorrer dos dias após meses de convívio, em busca da tão sonhada gravidez, vai se descobrindo que acreditar na vida é uma das mais sublimes formas de viver e em cada dificuldade que surge encontra-se sempre uma maneira suave de enfrentá-la acreditando que o produto final não só trará de volta o brilho no olhar como os fará sentir o mais puro dos sentimentos de amor. Para nós, que caminhamos lado a lado nesta trajetória, restará a certeza do dever cumprido e a recompensa por ter participado, mesmo que indiretamente, para o desabrochar de uma nova vida.